segunda-feira, 29 de julho de 2013

Tus Ojos Negros

No auge da minha Baianidade Nagô venho fazer uma conclusa prosa em pequenos parágrafos. Ressonantes e um tanto estridentes. 

Valença - Bahia, 30 de Julho de 2013

  Negra Pele de Tus Ojos Negros
Eu poderia ter cerrado os olhos e me feito inconstante, mas, não resisto a melanina que vem da sua pele. Eu poderia ter recolhido as minhas mãos, mas, (ainda assim!) estremeceria o meu corpo quando visse aquele seu sorriso largo, estritamente branco... Eu poderia ter sido menos boba, menos entregue e mais rasa como você foi. Ter acolhido o auge da sua mocidade em busca de lábios e corpos sem distinção que podem dar prazer e satisfazer ao seu jovem ego, no auge dos seus 20 e poucos anos. Não haveria problema nenhum nisso... se eu não me enfiasse de gaiata nesse bolo e não esperasse apenas um Olhar. Que veio e que foi correspondido. E escanteado. Em meio a tantos outros olhares foram aqueles Tus Ojos Negros que prenderam o meu olhar asiático. Os meus olhos mais se rasgaram para ter o prazer de sentir os teus. No meio das palavras, desferi-me do meu orgulho e encontrei um livro de histórias rasas. Poemas de arte. E uma caneta! Que, talvez, possa assim possa desnudar a tua alma enquanto escreve poemas, declarações, resenhas de amor... Que - provavelmente - não serão para mim.
Los Tus Ojos Negros me fizeram por um instante acreditar na magia de sentir-se novamente resgatada e inebriada por um olhar. Ou seria por All Star e um Skate no pé? Talvez eu tenha chegado um pouco adiantada ou demasiado atrasada... ou seja apenas a sua vontade de não ver. Ou de até ver... Mas, preferir que não seja com você ou não acreditar que está aqui e é pra você! Quando a gente encontra o Eco adequado pra nossa voz, o resto do mundo silencia. Pausa. Fica entre vírgulas. Séria, seguro o choro. Não adianta mais. Não irá adiantar. Talvez, estes sonhos e aqueles desejos devam permanecer naquela sala e eu tenha que voltar a ser a intrusa que chegou no início do segundo tempo.
Nos espasmos do meu silêncio tudo o que queria dizer era uma leve sutileza. Quando rompiam os rompantes de silêncio, soluços, lágrimas invisíveis e solidão me apegava ao conforto dos sms que vinham da distância pra me segurar naquele adorno, entorno... Onde estava só, cercada de gente... Totalmente cigana, nômade e displicente. E o mínimo que queria estava preso ali... Naquela distração daqueles pequenos gigantes momentos. Levar a vida a sério pode ser muito chato, mas, transcrever as emoções que a vida nos dá... é algo sem limite.
De tanto me perder naqueles braços sem afagos - debaixo da quenturinha daquele edredom  -que bom seria se eu sempre tivesse esse alguém. Louco, artista, consequente, inconsequente, poeticamente louco, loucamente poeta. Na tradução dos leigos, um ponto de Hipoglos no mundo. Na minha tradução, um saudoso poeta. Se tus ojos negros pudessem me ouvir e se os meus olhos pudessem falar. Certamente, transformariam todos os momentos adoci[pi]cantes em uma ilusão de uma eterna caravana em busca de uma arte que glória nenhuma compraria. Sem o receio e a sorte de amar tranquilamente tendo na boca o sabor de uma fruta não apenas mordida, mas, intensamente desejada!

"Em cada luz de mercúrio
                                                              vejo a luz do teu olhar
                                                            Passas praças, viadutos
Nem te lembras de voltar, de voltar, de voltar"

Belchior - Paralelas.
(Só um gênio me descreveria tão bem nesse momento!) 



Um beijo e mais uma vez...
Muito obrigada pela paciência meus leitores!
Senhora Esperança, tenha um pouco mais de complacência comigo...

Se cuidem!

 

Um comentário:

  1. Tão lindo... tão sincero...

    Pq será que algumas pessoas não sabem dar valor a essas coisas?! :(

    Bastardos!!!

    ResponderExcluir