domingo, 24 de novembro de 2013

PARA SEMPRE, HENRIQUETA!

"Não há você sem mim... E eu não existo sem você!"
Isabella Britto [Cover] - Eu não existo sem você
Tom Jobim!



      Era início de 2009, estava o meu pai me convidando para participar de uma oficina de teatro "Redescobrindo". A anos, ele me fazia o mesmo convite só que eu nunca houvera aceitado. Por que naquele ano? Bom, acho que a justiça divina me respondeu com clareza e aos berros.
Em 2009 nascia também o projeto "Ocupação Cultural" encabeçado por Adriano Pereira e abraçado por muitos outros artistas. A junção de um com o outro? Eu não tô falando nada com nada? Acredite, você verá o por quê de eu estar fazendo essas considerações.
        Acontece que também foi em 2009, em meio a todos estes fatos, que eu pude conhecer pessoas que fizeram/fazem parte da minha vida, do meu coração e do meu sentimento. Em 2009, criamos mais que um grupo de teatro. Criamos a possibilidade de expandir os nossos laços ao eterno! Foi também em 2009 que eu conheci Henrique Amaral Roza, a quem sempre chamei de Henriqueta Marieta. Conviviamos de domingo a domingo. Durante a semana, ensaiando, pesquisando e produzindo os adereços para as nossas apresentações na Ocupação. E, no fim de semana, inebriados no texto "Cuida de Mim". Para as pessoas, é difícil imaginar o que seria isto... Pois bem, eu explicarei!
         Nós compúnhamos, escrevíamos, criávamos figurinos. SEMPRE EM CONJUNTO. E, muitas vezes,  Henriqueta saía no horário de almoço do trabalho pra se dedicar a ensaiar na casa de Luy. E o mesmo ele fazia às 18hrs quando acabava o seu expediente, sem ter feito sequer uma única refeição. Quando muito comia era um pastel e um refrigerante. Sempre disposto a encarar os ensaios à luz da Lua na parte externa da biblioteca ou no foyeur em frente ao Bar do Centro de Cultura.
     Henriqueta era uma das pessoas de identidade e personalidade forte do grupo. Fazia de tudo um pouco, com Manuely entrava em constantes conflitos por acreditar que ela cobrava demais dele e só sabia brigar [bem, a nossa amiga Manu tinha realmente um temperamento duro de lidar, rs!], com Naira tinha uma relação flor da pele, tranquila, serena e de complacência, pois, ambos tinham problema com horário e com o bairro onde morava, com Márcio era a cola e o chiclete, com Luy era o típico arranca rabo de desenho animado, Tom e Jerry, Piu piu e Frajola... no fundo, não sabiam mais viver um sem o outro. E comigo, bem, nós sempre nos cuidamos, nos respeitamos e tínhamos imensas divergências. Ele só pensava em agarrar, em contato físico, em bagunça, em alegria! Sem contar que Henrique ainda tinha uma namorada de Minas Gerais que tirava os nossos sonos. era problema no ensaio, na volta pra casa. Tanta briga besta que sempre acabava em sorriso. Mas, tínhamos um carinho imenso por tudo o que abarcava dentro de nós. Éramos mantidos por AMOR não só a Arte, mas também, aos nossos AMIGOS. Aos nossos caminhos!
       Henrique já chegava distribuindo beijos e abraços, incluindo, tapas na cara, pontapés, socos além de reclamações, justificativas e "querendo ir embora porque a rua estava muito deserta na volta!"... Não costumava respeitar as ordens de hierarquia, as funções do grupo. Tanto que, além de fazer as dele [ou não!] queria meter o bedelho nas funções de todo mundo e aí... bem, a estória ficava tensa!, Mas, tudo com amor! Só que, infelizmente, 2009 acabou. Algumas/muitas coisas mudaram. O grupo se distanciou se desfacelou. Mas, eu mantive amigos que levarei pro resto da vida. Sempre que eu e Heriqueta nos encontrávamos, na internet ou em alguma fila em Valença, a gente se abraçava e trocava os nossos tradicionais selinhos. Sempre tínhamos cobranças pela saudade. E muito cuidado pelo amor. 
      No dia 15 de novembro deste ano, as minhas lembranças se transformaram em saudade, dor, angústia. E foi aí que eu vi o quanto aquele baixinho, branquelo e ousado tinha razão quando dizia que o nós fizemos com o nosso grupo, com a nossa amizade... foi um crime contra nós mesmos! Foi um abandono a tudo que a gente viveu. Que escolhemos viver da melancolia e que por nós mesmos fomos incapazes de buscar um pouco mais de felicidade, de junção, de continuidade ao amor.
        Hoje, os meus pedidos vem em forma de oração, de súplica... a quem tenha visto o meu amigo Na praia de Itaticoara, a quem possa ter ajudado ou pistas dele. Nós precisamos disso! Porque, todos nós, temos que dar um jeito de recomeçar/reescrever! Eu me lembro de Henrique sorrindo e de como era apaixonado pela família, pelo mar, pela vida. De como era grande a sua ânsia em viver! Que me desculpe o Roberto Carlos, mas, nesse momento, eu dispensaria os mais de um milhão de amigos se eu tivesse resposta de apenas um... Enquanto isso, mato minha saudade nas nossas conversas no Facebook e em depoimentos como este:

  • Henrique Roza Uffa, nossa Bella, vc, com suas palavras cheirosas, matam qualquer um. Foi a segunda vez deste ano que me sentir melancólico, me emocionei. É tão bom poder respirar novamente este universo. Sinto saudades de tudo. Ainda continuo n respeitando a hierarquia Bella, rsrs SOMOS FODA! bjos com o gosto particular a cada um de vcs, que sempre frequentarão a minha vida, o meu intimo, a minha memoria. SAUDADES!
    
    E agora, meu amigo, quem vive frequentando a minha vida, o meu íntimo, a minha memória é você que não sabe o tamanho do desejo da sua volta, do seu sorriso, do seu abraço. São 09 dias de transtorno, de inconformação! Mas, principalmente, de saudade! você sempre será como a Roza que habita o seu nome. Lindo, cheiroso e saudável! Um amor amigo que jamais deixará de estar Nas minhas raízes. Continuaremos sendo Foda, parando as multidões e dando o que falar. Tudo por quê sempre existirão na minha vida, no meu caminho... pessoas como você que nem o tempo e nem a distância dizendo 'não' afogarão os nossos corações!

   
        Que a corrente não se finde e você logo, logo, logo... VOLTE! Daqui pra sempre e que isto vire filme e que você possa ler e sentir o quanto você é amado. Seja por todos os seus amigos universitários ou não, pela sua família, suas irmãs, seja por Manu tão desesperada que nesse momento nem tem mais forças pra brigar com você, por Márcio enlouquecido, Por Naira preocupada, por Luy chorando todos os litros do mundo sempre que fala em seu nome. Ou por mim, que de tantas lágrimas derramadas... Resolvi deixar registrado mais este pedido pra minha amiga Esperança... Que você volte porque sem querer conseguiu o que sempre quis, ainda que de modo triste, você conseguiu reunir os nossos corações de volta em uma só causa. Eu amo você! Sempre amarei! Sempre seremos Art&Manhas!




















quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Vinte e 5 Invernos!


                                                            "Estórias que eu contei aqui"

      E, assim é findado mais um ano. E se inicia um novo ciclo. Se foram mais 365 dias, vividos, amados, impensados, recompensados massivamente. Nessas últimas horas do meu vigésimo quarto inverno encho os meus pulmões a todo alento e agradeço a Deus pela oportunidade do sorriso, pela vida dobrada, pelas lágrimas roladas, pelos amores ganhados e - por que não? - pelos amores perdidos!
      E como esses 365 dias passam rápido. Vira o Calendário, chega o Carnaval, vem a Páscoa, o São João... e olha só quem bate a minha porta... Os cabelos brancos que começam a surgir definem o status: Passando de uma mocinha jovem sonhadora para uma adulta desencontrada! São 25 invernos, 300 meses, 109500 dias, 2628000 horas, 157680000 segundos e ainda é pouco! ainda não deu pra aprender nem metade das minhas missões na terra! Ainda não deu pra seguir com destreza nem os passos do Evangelho. Ainda estou aprendendo, vivendo esse momento lindo!
      São 20 + 5 invernos de total amor e entrega pela vida. São 5 * 5 invernos de troca de experiências amargas, são 50 / 2 invernos de lágrimas que rolaram como a água da chuva. Já estive entre a vida, já me encontrei entre a morte! Já dei a vida e já escapei da morte! Já morei em diversas casas, já viajei um tempo, já rodei o meu mundo. Fui dona de todas as saudades do mundo e fui cúmplice de um grande amor perdido! São 25 invernos para aprender que - às vezes - é necessário sorrir pra não permitir que as pessoas segurem nas mãos as suas fraquezas. É necessário ser forte... pela vida, pelas suas belezas! 
       25 ciclos fechados, de amores acabados, inacabados e mal acabados! 25 motivos pra acreditar que amar é isso. Bater, apanhar. Rebater, rebanhar! Mesmo sofrendo, mesmo chorando... seguir amando! Acreditando que os sentires da vida são construídos da vontade que se tem em abraçá-los, em curti-los, em ama-los. Em louva-los. São 25 sementes semeadas entre amigos, Família, conhecidos e afins. São 25 livros e milhares de capítulos diferentes! São 25 estradas e vários quilômetros rodados. São 25 lembranças de que - às vezes - o que importa, simplesmente, é não se importar. São 25... 1/4 de vida, com amor em nível hard e felicidade em modo loading... 25, 25 , 25... A gosto... de total gosto/desgosto!
       O meu 24º inverno não foi nada fácil. Foram tantas dúvidas. Foram tantos encontros desencontrados. Foram tantos 'sins' e tantos 'nãos'. Foram tantos 'é dessa vez' que acabaram sendo mais um 'era uma vez!'. Tantos talvez e mais alguns por acaso. E tantos bons acasos! foram reticências que se transforam em pontos finais. Vírgulas que se transformaram em ponto parágrafo. E pontos parágrafos transformados em novos capítulos. Esse tem sido o meu livro... Uma hora na calmaria da rida gigante (Vida que segue e mundo que roda!), outra hora montanha-russa (não sabe se fica no ar ou em terreno plano). Mas, tem sido este um livro tão saudável de ler... exatamente por não ser um livro onde só se narra a chegada do príncipe em um cavalo branco e os tão desejados finais felizes... Acabando com os clichês não quero nem os finais, nem o feliz! quero a vida como ela é. Uma hora mais salgada, outra incrivelmente doce. Daqui a pouco, ela arde... Depois fica amarga. Outras horas, azeda... desanda... perde a graça e a gente perde o foco. E é exatamente quando a gente sai do foco que a vida passa a ter graça!
     Somos donos do que somos. Temos porque merecemos. Sonhamos porque amamos! E, assim... Vamos caminhando... Apertando o play, o stop e o pause. Infelizmente, não se adianta e nem se atrasa... Porque até quando a gente acha que a carroça está adiantada... estamos no passo certo! Tão curta é a vida! aproveite e curta a vida.
    E, assim se foi mais um inverno... E esse vigésimo quinto promete ainda mais emoções que o que se passou! 25, 25, 25... E eu que pensava que seria uma eterna Peter Pan! Sim, porque sempre tive pavor de crescer, mas, essa estória fica pra outro dia! E a carta de hoje vai pra esperança de dias melhores. quiçá mais negros black power... Ou brancos como uma pastinha d'água... 
     Veremos, são cenas e parágrafos para os próximos capítulos! No mais, Happy New Year para todos! E que continuem vindo... As emoções!


Aquele Abraço Bem Apertado! 
Att. Bella!


domingo, 4 de agosto de 2013

O Assassinato da Flor



(Me dê motivo - Adriana Calcanhotto)

   Quando você recolhe uma flor em meio ao jardim da sua casa ou até mesmo no quintal, quando você a toma pra si, há cuidados que você deve ter com ela e, o principal, você cria vínculos com ela. Cada flor, como cada relação de afeto é única no mundo. E, por isso, dispensa tempo e o mínimo de dedicação! E é bem nesse momento que se escondem os atos falhos e rasos de cada coração [des]humano.
     Atenção, nos mínimos gestos se escondem a capacidade que o homem tem em se esconder para não mostrar o "animal sentimental que se apega facilmente", como diz o mito Renato Russo! Queria saber utilizar-me dessa artimanha a qual não fui 'abençoada' pelas mãos divinas... (quanta injustiça!). Porque sempre acabo ali, no canto do sofá com um balde de pipoca ou um prato de brigadeiro... entregue às gordices da vida! Acontece que também não sei esconder ou mascarar sentimentos, livrar-me, resignar-me, amputar-me. Acredito que tudo que vem, que aqui está... está pra ser vivido, sentido, buscado! Essa atribuição de findar os sonhos não coube na palma da minha mão, pois, por mais impossíveis que sejam... eu prefiro por alimentá-los na Esperança de que um dia deem certo.
    "No meu caminho, o teu caminho é um nem vais, nem vou...", de certo que entender um poeta como Caetano Veloso é muita pretensão para uma reles (e pobre!) mortal como eu, mas, citá-lo nesse instante é como desnudar o pouco de alma que me sobra e que me enche de cor, de colores e de dores e menos Dolores! Eis que faço do meu o teu caminho e você não sabe por onde ir e, certamente, não seja eu quem deva ir. Porque pra gente como nós 'Não há volta e nem retorno'. Inversamente proporcional a Ilusão da Arte está a Ilusão do Amor e não seria eu - podremente mística - a revelar  os segredos dessa Morte Mática. 
     No fundo, sou eu que ando demasiado a Flor da Pele ou que vivo saindo pelos meus próprios poros, enquanto os seus são acostumados a viver esmagados num lugar onde nem você mesmo sabe que eles se escondem. E assim é a vida e, por isso, não me importo (ou deveria não me importar!). Sinceramente, não! Se cada vez que sentir, tiver que derrubar lágrimas... As derramarei. Sabe por que? Ser fraco é tão saudável quanto exalar essa força que você imagina ter, afinal, todos nós viemos do choro. As nossas raízes vem daí. E daí? Se a sua insensibilidade não te permite ver o que grita bem a sua frente! Se o que satisfaz o seu ego é o teu sorriso, teu prazer, tua vontade, ainda que por um dia e nada mais, ao passo que a minha sensibilidade - ironicamente! - implora que este momento se repita... Mesmo sabendo que até a pasta d'água que cobre o seu rosto já foi lavada - com facilidade! - da sua cara... Ou até mesmo o seu cobertor tenha limpado o resto dos traços que sobraram.
     O engraçado é que as pessoas pensando em crescer, escrevem seus rumos pensando no que pode ou não ser. No que deve ou não vir a ser. E antes de se preocuparem com o bem-estar, se preocupam com as cobranças, com a falta de espaço, com o exagero do cuidado, com perder o ritmo que vem dando às suas vidas, com a sua facilidade de seguir no mundo, com os outros laços que existem, com os filhos e os nós que nem são seus, com uma pá de coisas que não definem absolutamente nada do que pode vir a ser... Quando o que devia chamar a sua atenção era que portas estavam abertas, era que as escolhas também mortificam as pessoas, também as corroem. Principalmente, quando você dissimula as suas próprias palavras de um dia para o outro. Porra, custa olhar pro seu lado um pouco? Fora do seu umbigo? Do seu mundinho? Não precisa olhar pra o que eu quero, ao menos, veja o que eu quero te mostrar. Não abandone suas convicções, mas, tenha o mínimo de respeito pelas minhas. E, segure a minha mão - ao menos por alguns instantes - mesmo que seja para me dar um Adeus... Afinal, entre tantas escolhas que eu podia ter tido, você é a que eu fiz! O seu sorriso junto ao meu foi a minha escolha... os teus olhos negros (sempre eles!). Até o timbre da minha voz se adequou ao teu. Mas, ainda que o mundo enxergue... você não vê! Pelo menos, essa imagem... a sua câmera não tem o dom de capturar e os seus flashes brancos - quase raios! - são incapazes de tornar ainda mais nítidos esses laços, pelo simples fato de 'o essencial ser invisível aos olhos' parafraseando Antoine de Saint-Exupéry!
    Laços vestidos que pretendem ser despidos e que podem doer, sim, na alma! Meu esporte predileto tem sido te xingar em pensamento de todos os nomes ditos e indizíveis por um motivo muito simples... aquela pequena simetria básica que as pessoas/o mundo nunca se empenham em cumprir: Amor com Amor se Paga... Gentileza gera Gentileza. Quem disse que o amor não é gentileza e que não deve ser tratado com leveza? O que o outro nos transmite tem que ser tratado com o mínimo cuidado que pudermos lhes dar... Afinal, quando você se dispõe a cativar uma rosa.. você a faz ser única no mundo... todas as suas relações são únicas... Então, por que desgraça tratar das pessoas de qualquer modo? Por que ser canalha é moda e  faz bem? Ou porque ser pegador e prezar por uma coleção feminina na sua vitrine é bom pra alavancar sua virilidade na frente dos seus amigos? No fim, você acaba sendo mais lixo do que a sua coleção de garotas já que elas também podem procurar alguém que queira ocupar o primeiro lugar da fila sem esperar chegar na sua senha... Porque bem disse o Principezinho que quando se cativa alguém e ele diz que vai chegar às 4 da tarde... desde as 3 este alguém te espera! E, se você é idiota porque quer ser... Então, tudo bem! Mas, eu tô aqui abrindo os seus olhos... há alguém que te espera desde agora, muito antes das três [mais precisamente às 3:30 da manhã]. Se a princesa do seu conto de fadas, não tem defeito, não pode ser mãe solteira [que aliás, é outra babaquice da parte de vocês porque o seu relacionamento pode ser a nível de convivência com a criança, mas, o teu enlace mesmo é com a mãe dele!] ou não é ciumenta ou não te cobra nada... Sinto informar, mas, esse seu conto de fadas... tá é muito mal frequentado... E, puta merda, essa cabeçuda, burra e com um problema na mão pensa diuturnamente em o quê e como fazer pra te agradar... Portanto, se não vai ser possível, FAVOR: avisa antes! Poupa tempo e mais do que isso... poupa sentimento. E, depois disso, aparecerá outro idiota [menos ou igualmente sacana!] mas, ao menos na sua vez... Seja o menos idiota possível porque quando alguém está entregue a você. Ali, não está a metade de uma laranja, mas, ela como um todo! E se você se vê no direito de ser um filho da mãe e de um pai [literalmente falando...], eu também vou ter o direito de botar o meu bloco na rua...
   E não estar melancolicamente abusada porque também é chegada a hora da virada... sabe? Ou é tudo... ou é nada! Não tenho tempo pra esperar 'ad aeternum' por alguém que eu nem sei se vai parar, reparar... Ao passo que eu me friso, completamente paranoica... frente a tua rotatória... E, incrivelmente, ainda estamos no 180°, mas, quando o transferidor passar pra os 360° não espere que nada seja como antes... porque o mundo, como bem disse Cartola, é um moinho e não tem espaço para sonhos vãos, mesquinhos... E o vento! Sempre tão maestral... vai levando, lavando tudo pro mais longe que puder!
     E, quando lava... A menina dança! E, enquanto dança, você brota! Mas, quando você brotar... O ritmo já poderá ter mudado! E, se o ritmo muda... você não sabe o que há porque você não permitiu que nasça... e o seu tempo [Ah! Rei...] passa. Na mesma velocidade que um relâmpado, um meteoro ou uma estrela cadente... porque nem sempre a fraqueza que se sente quer dizer que a gente não é forte! E se agora eu tô um pouco fraco... como uma flor brutalmente esmagada e assassinada... Acredite, irmão! Amanhã, eu posso estar [incrivelmente!] forte!


Sim, é por amor... o assassinato da flor!
muito amor e carinho!


"Como eu queria
Como eu queria que você estivesse aqui
Somos apenas duas almas perdidas
Nadando em um aquário
Ano após ano
Correndo sobre este mesmo velho chão
O que encontramos?
Os mesmos velhos medos
Queria que você estivesse aqui"



(Wish You Were Here - Pink Floyd)

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Tus Ojos Negros

No auge da minha Baianidade Nagô venho fazer uma conclusa prosa em pequenos parágrafos. Ressonantes e um tanto estridentes. 

Valença - Bahia, 30 de Julho de 2013

  Negra Pele de Tus Ojos Negros
Eu poderia ter cerrado os olhos e me feito inconstante, mas, não resisto a melanina que vem da sua pele. Eu poderia ter recolhido as minhas mãos, mas, (ainda assim!) estremeceria o meu corpo quando visse aquele seu sorriso largo, estritamente branco... Eu poderia ter sido menos boba, menos entregue e mais rasa como você foi. Ter acolhido o auge da sua mocidade em busca de lábios e corpos sem distinção que podem dar prazer e satisfazer ao seu jovem ego, no auge dos seus 20 e poucos anos. Não haveria problema nenhum nisso... se eu não me enfiasse de gaiata nesse bolo e não esperasse apenas um Olhar. Que veio e que foi correspondido. E escanteado. Em meio a tantos outros olhares foram aqueles Tus Ojos Negros que prenderam o meu olhar asiático. Os meus olhos mais se rasgaram para ter o prazer de sentir os teus. No meio das palavras, desferi-me do meu orgulho e encontrei um livro de histórias rasas. Poemas de arte. E uma caneta! Que, talvez, possa assim possa desnudar a tua alma enquanto escreve poemas, declarações, resenhas de amor... Que - provavelmente - não serão para mim.
Los Tus Ojos Negros me fizeram por um instante acreditar na magia de sentir-se novamente resgatada e inebriada por um olhar. Ou seria por All Star e um Skate no pé? Talvez eu tenha chegado um pouco adiantada ou demasiado atrasada... ou seja apenas a sua vontade de não ver. Ou de até ver... Mas, preferir que não seja com você ou não acreditar que está aqui e é pra você! Quando a gente encontra o Eco adequado pra nossa voz, o resto do mundo silencia. Pausa. Fica entre vírgulas. Séria, seguro o choro. Não adianta mais. Não irá adiantar. Talvez, estes sonhos e aqueles desejos devam permanecer naquela sala e eu tenha que voltar a ser a intrusa que chegou no início do segundo tempo.
Nos espasmos do meu silêncio tudo o que queria dizer era uma leve sutileza. Quando rompiam os rompantes de silêncio, soluços, lágrimas invisíveis e solidão me apegava ao conforto dos sms que vinham da distância pra me segurar naquele adorno, entorno... Onde estava só, cercada de gente... Totalmente cigana, nômade e displicente. E o mínimo que queria estava preso ali... Naquela distração daqueles pequenos gigantes momentos. Levar a vida a sério pode ser muito chato, mas, transcrever as emoções que a vida nos dá... é algo sem limite.
De tanto me perder naqueles braços sem afagos - debaixo da quenturinha daquele edredom  -que bom seria se eu sempre tivesse esse alguém. Louco, artista, consequente, inconsequente, poeticamente louco, loucamente poeta. Na tradução dos leigos, um ponto de Hipoglos no mundo. Na minha tradução, um saudoso poeta. Se tus ojos negros pudessem me ouvir e se os meus olhos pudessem falar. Certamente, transformariam todos os momentos adoci[pi]cantes em uma ilusão de uma eterna caravana em busca de uma arte que glória nenhuma compraria. Sem o receio e a sorte de amar tranquilamente tendo na boca o sabor de uma fruta não apenas mordida, mas, intensamente desejada!

"Em cada luz de mercúrio
                                                              vejo a luz do teu olhar
                                                            Passas praças, viadutos
Nem te lembras de voltar, de voltar, de voltar"

Belchior - Paralelas.
(Só um gênio me descreveria tão bem nesse momento!) 



Um beijo e mais uma vez...
Muito obrigada pela paciência meus leitores!
Senhora Esperança, tenha um pouco mais de complacência comigo...

Se cuidem!

 

quinta-feira, 16 de maio de 2013

As Cordas da Vida no Dedilhar do Violão

Olá Pingos de Luz,


Ontem, [ah, já é madrugada!] foi um dia atípico. Eu, mais uma vez, mergulho entreolhares e pergunto onde foi que pude eu ter errado. Talvez no olhar que não dei, no gesto que não senti, na pulsada que não parei...

É estranho ver que tem alguém ficando maluco além de você. PQP, ou você entende que a vida é construída de finais de capítulos, de parágrafos e até de livros... ou então, você pode se matar... Senão, nunca vai conseguir viver.

Enquanto você pensa que outras histórias não param pra te notar, não te sentem, não se deixam usurpar pra tentar socorrer... ah, quanta gente sucumbe aí tentando arrancar ou - ao menos! - amenizar sua dor, idiota! Quantas pessoas não param pra enxergar um além que talvez não exista só pra ter o simples prazer em sonhar... viver!

Sabe o violão? - ah... e como você sabe! - quando uma das suas cordas se quebra, há a obrigação de trocar todo acordamento e ainda assim ele fica distonante porque as cordas precisam ser reafinadas, reajustadas no seu devido lugar. Mas, se você - dono dele - não ousar utilizar o seu ouvido clínico, ele não vai afinar e você também não vai conseguir tocar. Um aparelhinho simples... eletrônico... resolve todos os seus problemas. Porque o dispositivo está apto àquilo.

Agora, vamos pensar num apostador num cassino e nas altas fichas de bilhar que põe em xeque com as suas moedas... ele tá ali apostando, jogando todas as suas fichas durante anos, sempre saindo ganhando e num dia só... perde toda "fortuna" arrecadada de uma vez! E qual trabalho dá levantar o traseiro da cadeira e reconstruir?

As pessoas perdem a sede da vida quando se esbarram numa derrota. Por que motivo? O violão não tem que ficar com suas cordas no grau para abrilhantar as vozes? As fichas de bilhar não permanecem lá no mesmo lugar? Os livros, as estórias, a própria vida... não estão todos aí para serem [re]escritos se preciso!?

E quanta gente se perde no meio do caminho. E quanta gente se dói. E quanta gente se corrói... Tudo por Um... APENAS UM... Sorriso! A esperança pode ter ficado presa na caixinha de Pandora, mas, a vida não! De certo que respirar fundo, ressurgir, recriar... demanda tempo e mais que isto, coragem! Coragem pra seguir em frente mesmo quando tudo ainda está escuro! Coragem pra procurar razões pra isto...

Voltando a atipicidade de ontem, estava sentada numa lanchonete quando - Do nada! - surge um arco-íris bem em frente a mim, o mostrei a minha companhia, ela o viu e sorriu. Em um único piscar de olhos... O arco-íris do mesmo modo que surgiu, sumiu! E eu sabia que ali tinha algum bom sinal!

Sabe, eu não teria visto o arco-íris se não quisesse enxergar com cuidado e apreço o que estava a minha volta. Sim, porque eu tive que desfixar os meus olhos de um dado ponto para encontrá-lo. E, assim são as cordas, as cartas, a vida... Ou a gente abre a cabeça e enxerga o entorno ou ela nunca vai poder se afinar.

A vida é como um quebra-cabeças. Temos que procurar a peça que se encaixa adequadamente a cada vácuo e que forma uma imagem. Uma nova imagem reconstruída! Porque nós somos e sempre seremos os mesmos, a gente muda a roupa, muda o bar preferido, mudam as companhias e até os horários, locais, rotina... mas, a essência... Não adianta, continua lá, intacta... e esta é uma questão de caráter, personalidade. A gente ameniza certos comportamentos, mas, não lima! Porque o que a gente forma, a gente é. E por isto é tão triste que se fique de lado, que se deixe de lado. Porque a vida sempre desenha novas formas e nós, borboletas que somos... Escolhemos por colori-lo ou não! Tudo é questão de escolhas. Tudo é questão de ser você!

O que para uns é Sorte para outros é Distração. E o que para alguns é Distração para outros é a simples arte da conquista! Basta apenas que o coração e a sua alma estejam abertos para a troca das cordas e para os novos desafios na hora de apostar novas fichas em novos jogos.

A vida é que nem todo o resto... Não basta ter, tem que saber Aproveitar, conduzir e, principalmente, AFINAR!


Aquele beijo da gorda/magra.
Em mais uma carta desesperada a Senhora Esperança!